segunda-feira, abril 12

A paixão na razão

Sei que meus "posts" muitas vezes parecem ser “emotivos” demais, mas na maioria das vezes falo do que vejo, do que presencio, não falo somente de mim e sim do que está ao meu redor. Esta tarde numa conversa sobre “o que é paixão” chegamos a conclusão de que ela não existe sem atos. É impossível chamar de paixão aquilo que não aconteceu, aquilo que ficou só no pensamento, no sonho ou na ilusão.
O mais interessante é que encontrei esse poema de Manuel Bandeira que pode traduzir a conclusão a que chegamos.
Sendo assim gostaria que esse poema fosse lido de um modo mais racional (se é que isso é possível).



Poema irônico

O que tu chamas tua paixão,
É tão-somente curiosidade.
E os teus desejos ferventes vão
Batendo as asas na irrealidade...

Curiosidade sentimental
Do seu aroma, da sua pele.
Sonhas um ventre de alvura tal,
Que escuro o linho fique ao pé dele.

Dentre os perfumes sutis que vêm
Das suas charpas, dos seus vestidos,
Isolar tentas o odor que tem
A trama rara dos teus tecidos.

Encanto a encanto, toda a prevês.
Afagos longos, carinhos sábios,
Carícias lentas, de uma maciez
Que se diriam feitas por lábios...

Tu te perguntas, curioso, quais
Serão seus gestos, balbuciamento,
Quando decerdes nas espirais
Deslumbradoras do esquecimento...

E acima disso, buscas saber
Os seus instintos, suas tendências...
Espiar-lhe na alma por conhecer
O que há sincero nas aparências.

E os teus desejos ferventes vão
Batendo as asas na irrealidade...
O que tu chamas tua paixão,
É tão-somente curiosidade.

Um comentário:

  1. funa
    ae guria o/

    teus postes emotivos capas quem pensaria isso deles xp

    mas descordo da conclusão de vcs
    pois quanto menos se conhece maior é a paixão e ela vai acabando conforme se vai conhecendo a pessoa, embora acabando não seria o certo e sim se transformando ...

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